Sempre que posso procuro me refugiar para pensar nos atos desumanos, desrespeitosos, intolerantes em nome da religião com a falta de comunhão entre seus seguidores.
As pessoas que confessam ser de alguma crença religiosa chegam a usá-la como instrumento de culpa, acusa, vigia e até quer e pune àqueles que não são confessos da mesma religião.
Tenho em mente que a religião é um instrumento que ensina o caminho do arrependimento, da misericórdia, da tolerância e da liberdade. Mas onde está a tolerância? Por que a religião é usada para incentivar a discórdia, a desunião e muitas vezes atos tão desumanos?
Será mesmo que o papel da religião é instigar a intolerância usando livros sagrados para justificar atos de monstruosidades? Até que ponto eu estou sendo justo, quando fecho as portas da minha casa ao que não partilham das mesmas idéias que eu?
Estamoss presenciando a dogmatização de crenças humanas como obstáculo para se vencer as diferenças. Não nos importamos com atitudes generosas de compartilhar, de ser verdadeiramente humano quando estendemos a mão ao outro e nos damos a chance da aproximação, do encontro.
Está faltando amor, precípuo da vida humana porque o amor é uma evidência redentora. O ato de redimir é a proposta das religiões. Redenção , elevação, tirar alguém que está numa situação crítica, desfavorável e dar-lhe a oportunidade de uma vida mais dígna.
Isso é respeito, que aceita o outro mesmo sendo ou crendo diferente e quando agimos assim só temos motivos para celebrar porque a comemoração é de todos.
Não podemos perder nossa dignidade por ser intolerante, pequeno. Somos gente e como tal devemos agir para encurtarmos as distâncias e possibilitarmos a beleza de nos olharmos.
Doutrinas diferente não devem jamais ser motivo de discórdia, nem tão pouco àqueles que não tem nenhuma doutrina ou credo religioso deve ser discriminado. O mundo é de e para todos, temos que compartilhar nossos ideais em unidade porque estamos com sede. Sede de amor, de amizade, de beleza, de carinho, de humildade, de verdade. Verdade esta que nenhuma religião é dona absoluta.
E eu quero fazer parte de um mundo de inclusão onde minha porta possa estar aberta para os ateus, descrentes, forasteiros, aos que são temerosos, aos cansados, aos necessitados de tudo inclusive do meu amor pois " amar as pessoas é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e as vezes receber amor em troca". ( Clarisse Lispector)
Nenhum comentário:
Postar um comentário