Preces
O pensamento me leva a voar
Senhor, eu te agradeço!
Não posso andar,
Mas meu pensamento vai aonde eu quiser.
Não me levanto,
Mas meu espírito sobe em busca da luz.
Não sinto parte do meu corpo,
Mas o amor que me rodeia me toca por inteiro.
Minha voz pode ecoar no universo
em favor de meu irmão.
Meus braços podem abraçar a humanidade.
Meu trabalho é grande e pode ficar muito maior,
Porque tenho grande quantidade de energia,
Pois ela emana de ti, fonte inesgotável.
Senhor, eu te agradeço
Por me ensinar a reparar nas partes
mais sutis do meu ser,
E por desviar minha atenção egocêntrica,
Ampliando minha visão para a família humana.
Senhor, eu te agradeço,
Porque me criaste para ser útil
E agora eu tenho plena consciência disso.
Senhor, eu sinto dores,
Mas elas também têm sua utilidade:
Evidenciam o amor de minha esposa
e de meus filhos,
Fortalecem minha esperança,
Me fazem acreditar na ciência.
Hoje, dou atenção às dores dos outros,
Porque conheço a dificuldade
de não ser compreendido.
Vejo com olhos compassivos
a insensibilidade, o egoísmo,
a indiferença e as reclamações
de pessoas que me rodeiam, porque sei
que elas ainda acordarão para um chamado teu.
Roberto Rodrigues Rios tem deficiência física.
É jornalista, radialista e palestrante espírita.
Site: www.saci.org.br
Prece árabe
Senhor, nosso Deus,
tua ajuda e tua ternura
curam nossas feridas.
Tua bondade e tua generosidade
enriquecem nossa pobreza.
Tua proteção nos liberta do medo.
Tua força reanima nossa fraqueza.
Teu amor generoso satisfaz nossa carência.
Tua riqueza cumula de bens o nosso nada.
Ali Ben Husayn
Prece judaica
Tu és glorificado com todos os louvores,
Tu, que guias o teu mundo com bondade
E tuas criaturas com clemência
A ti somente rendemos graças
Mesmo que nossa boca fosse cheia de cânticos
Como o mar de águas
Que nossa língua transbordasse de júbilo
Como o mar de ondas
Nossos lábios de glorificação como o firmamento do céu
Mesmo que os nossos olhos resplandecessem
Como o sol e como a lua
E as nossas mãos fossem abertas
Como as asas da águia nos céus
E os nossos pés ligeiros e velozes como os do veado
Não estaríamos na altura
de reconhecer
Os teus merecimentos,
Ó Eterno nosso Deus e Deus
de nossos pais.
Sidur, livro de orações do judaísmo
Uno, débil e forte
Minha alma me mostrou
Que não sou maior que um pigmeu
Nem menor do que um gigante.
Antes, via a humanidade
Dividida em dois lados
Um débil de que me compadecia
Um outro forte que eu seguia.
Aprendi agora
A ser como um e outro
Feito dos mesmos elementos.
A minha origem é a sua origem
A minha consciência é a sua consciência
O meu peregrinar é o seu peregrinar.
Se se elevam, subo com eles
Se permanecem inertes
Sua inércia me pervade.
Kahlil Gibran, Para além das palavras, Paulinas
Nenhum comentário:
Postar um comentário